Não posso precisar bem a data, mas foi seguramente um momento-chave na minha formação como facilitador de grupos e, mais tarde, como líder facilitador.
A primeira vez que li o livro - How to Make Collaboration Work: Powerful Ways to Build Consensus, Solve Problems and Make Decisions
– encontrei um sentido para aquilo que, na prática, já tinha vindo a realizar desde o início da minha vida profissional.
Tomei consciência que facilitar grupos era uma profissão e que eu não estava só neste desígnio de acreditar que a colaboração e a gestão participada, podem transformar as pessoas, os grupos, as organizações e, bem assim, a nossa própria sociedade no seu todo.
Considerado por muitos como o pai da facilitação de grupos, David Strauss, identificou em 2002 os cinco princípios a seguir para desenhar um processo de colaboração e são esses princípios que irei abordar aqui.
Ao distinguir entre conteúdos e processos de grupo, os líderes facilitadores aperfeiçoam-se no uso de métodos e técnicas de intervenção que lhes permitem exercer uma forma de liderança colaborativa, através da qual, um grupo se transforma numa equipe bem coesa, que assume a responsabilidade pelas tarefas atribuídas e se organiza para as poder levar a cabo com sucesso.
Como as competências da IAF -
International Association of Facilitators
– nos mostram bem, a facilitação de grupos é um processo amplo que inclui o diagnóstico do contexto, a contratualização com o cliente, o desenho da sessão, ou seja, um conjunto de tarefas que têm muito mais a ver com aquilo que eu designo por "arquitetura da colaboração" do que com os processos grupais e a dinâmica de grupos propriamente dita.
No entanto, todas estas tarefas (diagnosticar, contratualizar, planear, intervir e avaliar) são igualmente importantes e é a sua diversificação que dá uma vida e um sabor tão especial ao exercício de uma liderança facilitadora, que gera a plena satisfação do grupo por uma colaboração genuína.